O Programa de Basileia foi um projeto criado pela Organização Sionista Mundial, e aprovado no Primeiro Congresso Sionista em Basileia, Suíça, em 30 de agosto de 1897. Seu documento é considerado o texto fundador do movimento sionista, por estabelecer o objetivo e os métodos a serem implementados pelo movimento. Permaneceu em vigor por 54 anos, até ser substituído pelo Programa de Jerusalém, já depois da criação do Estado de Israel.
História
No primeiro dia do Congresso (29 de agosto), foi criada uma comissão com o objetivo de elaborar uma proposta para o Programa de Basileia. O grupo escolhido foi composto por Max Nordau, Nathan Birnbaum, Sigmund Rosenberg, Alexander Minz e Saul Rafael Landau. Hermann Schapira e Max Bodenheimer foram incluídos na comissão porque eles haviam redigido anteriormente programas com propósitos similares, como o "Kölner Thesen". A comissão foi presidida por Max Nordau e elaborou a proposta ao longo de três encontros.
No dia seguinte, a proposta foi submetida à discussão dos delegados. Ela começava com o texto "O sionismo tem o objetivo de criar um lar para o povo judeu, garantido por lei, na Palestina". Seguiu-se uma discussão acalorada quanto à inclusão de uma garantia mais específica. Inúmeros delegados, incluindo Leo Motzkin, propuseram a troca de "por lei" (em alemão: rechtlich) por "pelo direito internacional" (völkerrechtlich). Theodor Herzl propôs então um formato que acabou sendo aprovado por unanimidade: "pelo direito público" (öffentlich-rechtlich).[9] O texto final, aprovado naquela data, ficou assim:
O
sionismo tem o objetivo de criar um
lar para o povo judeu, garantido pelo direito público, na
Palestina. Para atingir este objetivo, o Congresso considera os seguintes métodos:
- Incentivar a colonização da Palestina por agricultores, artesãos e comerciantes judeus;
- Organizar todo o Judaísmo em órgãos locais e gerais, de acordo com as leis de seus respectivos países;
- Fortalecer do sentimento nacional judaico e da consciência nacional;
- Implementar os meios necessários para a obtenção do consentimento de governos que possam promover a realização dos objetivos do sionismo.
Sem qualquer referência religiosa, o texto introduziu o sionismo como uma ideologia laica.
Referências
Bibliografia
- Arkush, Allan (28 de agosto de 2019). «The First Days of World Zionism, 122 Years Ago Tomorrow» (em inglês). Mosaic. Consultado em 14 de novembro de 2024
- Bodenheimer, Max (1963). Prelude to Israel: The Memoirs of M. I. Bodenheimer (em inglês). [S.l.]: T. Yoseloff
- Bridger, David; Wolk, Samuel (1976). The New Jewish Encyclopedia. [S.l.]: Behrman House. 541 páginas. ISBN 978-0874411201. Consultado em 4 de dezembro de 2024 – via Google Books
- Epstein, Lawrence J. (14 de janeiro de 2016). The Dream of Zion: The Story of the First Zionist Congress (em inglês). [S.l.]: Rowman & Littlefield. ISBN 978-1-4422-5467-1. Consultado em 13 de novembro de 2024 – via Google Books
- Jubilee Publication (1947). The Jubilee of the first Zionist Congress, 1897-1947 (em inglês). Jerusalém: Executiva da Organização Sionista. 108 páginas. Consultado em 13 de novembro de 2024
- Perrin, Dominique (2000). Palestine une terre, deux peuples (em francês). Villeneuve-d'Ascq, França: Presses Universitaires Septentrion. 346 páginas. ISBN 9782859396039. Consultado em 13 de novembro de 2024
- Taleb, Si Ahmed (2017). La colonisation de la Palestine (1835-1914) (em francês). Nordestedt, Alemanha: Books on Demand. 228 páginas. ISBN 978-2322121755. Consultado em 13 de novembro de 2024 – via Google Books